Como a Qualidade do Ar Interno (QAI) Pode Afetar a Produtividade dos Funcionários de Escritório
Como a Qualidade do Ar Interno Pode Afetar a Produtividade dos Funcionários de Escritórios" explora o impacto significativo que a Qualidade do Ar Interno (QAI) tem na saúde e produtividade dos funcionários. Ele discute como a má QAI e a ventilação inadequada podem reduzir a função cognitiva, aumentar o absenteísmo e contribuir para condições como a Síndrome do Edifício Doente (SED).
Eng. Daniel Cabral
9/17/20246 min read
Como a Qualidade do Ar Interno (QAI) Pode Afetar a Produtividade dos Funcionários de Escritório
A qualidade do ar interno ou qualidade do ar interior (QAI) tornou-se uma preocupação cada vez mais relevante para empregadores e gerentes de instalações. Uma QAI inadequada pode impactar negativamente a saúde e a produtividade dos funcionários, embora o problema muitas vezes passe despercebido ou seja negligenciado, já que os poluentes internos são invisíveis a olho nu. Estudos recentes destacam a importância de manter uma qualidade do ar ideal em ambientes de escritório para proteger tanto o desempenho quanto o bem-estar dos funcionários.
Impacto na Função Cognitiva e Produtividade
Pesquisas da Universidade de Harvard demonstraram uma correlação direta entre a qualidade do ar interior e a função cognitiva dos funcionários de escritório. O estudo, realizado ao longo de um ano, incluiu participantes de escritórios em seis países que trabalhavam em áreas como engenharia, investimento imobiliário, arquitetura e tecnologia. Ele descobriu que níveis aumentados de material particulado fino (PM 2,5) e taxas de ventilação reduzidas estavam correlacionados com um processamento cognitivo mais lento, menor precisão nas tarefas e produtividade reduzida. À medida que os níveis de poluentes, como PM 2,5 e CO2, aumentavam, os funcionários demoravam mais para concluir tarefas e cometiam mais erros em testes cognitivos. "Este estudo sugere que a má qualidade do ar interno afeta a saúde e a produtividade de maneira muito mais significativa do que se entendia anteriormente", afirmou Jose Guillermo Cedeño Laurent, pesquisador do Departamento de Saúde Ambiental e autor principal do estudo.
Essas evidências estão alinhadas com as crescentes preocupações sobre o impacto da poluição do ar na função cerebral. O material particulado, como o PM 2,5, é pequeno o suficiente para penetrar em espaços internos e, em níveis elevados, pode prejudicar o desempenho cognitivo, mesmo em adultos jovens e saudáveis. Como nos dias atuais passamos aproximadamente 90% do nosso tempo em ambientes fechados, a qualidade do ar interno torna-se um fator crítico para a manutenção da saúde cognitiva.
Síndrome do Edifício Doente e Riscos à Saúde
Uma qualidade do ar interior inadequada também leva a uma condição conhecida como Síndrome do Edifício Doente, na qual indivíduos experimentam sintomas como dores de cabeça, tontura e desconforto respiratório enquanto estão dentro de um prédio. Esses sintomas geralmente desaparecem quando a pessoa sai do ambiente, indicando o papel da qualidade do ar interno em seu surgimento. Além desses efeitos imediatos, a exposição prolongada a poluentes, como compostos orgânicos voláteis (VOCs), ozônio e materiais biológicos, como bactérias e vírus, pode levar a problemas de saúde crônicos, incluindo doenças respiratórias, condições cardiovasculares e até câncer.
Os artigos "The Sick Building Syndrome" e "Indoor Air Quality and Sick Building Syndrome Symptoms in Administrative Offices at a Public University", da NIH (Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA), corroboram essas descobertas, indicando que uma má qualidade do ar interno pode desencadear doenças que resultam em produtividade reduzida e aumento do absenteísmo. Funcionários que experimentam sintomas relacionados à síndrome do edifício doente são mais propensos a tirar dias de licença, mesmo que seus problemas de saúde sejam diretamente relacionados ao ambiente de trabalho e não a uma doença externa.
De acordo com a NBR 17037:2023, que define os padrões de referência para a "qualidade do ar interior em ambientes não residenciais climatizados artificialmente", a qualidade do ar aceitável é aquela em que o ar interno está livre de contaminantes em concentrações que não ofereçam riscos à saúde dos ocupantes, ou que assegurem que pelo menos 80% dos ocupantes não apresentem queixas ou sintomas de desconforto.
Fatores Ambientais que Contribuem para a Má Qualidade do Ar Interno
As fontes de má qualidade do ar interno em ambientes de escritório são diversas. Ventilação inadequada, altos níveis de umidade e a presença de poluentes particulados, como poeira, pólen e agentes microbiológicos, todos contribuem para a degradação da qualidade do ar. Atividades humanas, como o uso de desodorantes ou perfumes, também contribuem para a disseminação de compostos orgânicos voláteis (VOCs) dentro de ambientes fechados. Além disso, a filtração inadequada do ar externo que entra no prédio pode agravar o problema ao permitir que poluentes prejudiciais infiltrarem-se nos ambientes internos.
Melhorando a Qualidade do Ar Interior para Aumentar a Produtividade dos Funcionários
Para mitigar o impacto de uma baixa qualidade do ar interno na produtividade e saúde dos funcionários, os empregadores podem implementar várias estratégias. De acordo com a Daikin (2023), manter um sistema de HVAC bem funcional é crucial. A manutenção adequada do condicionador de ar, incluindo trocas regulares de filtros e inspeções periódicas, pode reduzir a presença de poluentes particulados, gasosos e biológicos no ar. Filtros, especialmente os de alta eficiência (HEPA), são eficazes na captura de partículas transportadas pelo ar, incluindo bactérias e vírus. Adicionalmente, a renovação de ar por meio de uma ventilação adequada é essencial para assegurar uma qualidade do ar interno (QAI) satisfatória, pois promove a diluição constante de contaminantes mediante a entrada de ar fresco e filtrado, diminuindo significativamente a concentração de poluentes no ambiente.
Além disso, os empregadores podem monitorar a qualidade do ar interno usando sistemas automatizados, que rastreiam de forma automática os níveis de poluentes e fornecem dados em tempo real. Essa tecnologia permite intervenções imediatas quando as concentrações de poluentes excedem os limites seguros, garantindo que a qualidade do ar interno seja mantida consistentemente.
A Importância do Controle da Umidade Interna
Outra medida importante é controlar os níveis de umidade interna. A NBR 17037:2023 recomenda uma umidade relativa do ar entre 35% e 65% para garantir conforto e saúde em ambientes fechados.
Ambientes com alta umidade relativa do ar, além de causar grande desconforto térmico, são mais propícios ao desenvolvimento de fungos e ácaros e, em algumas condições específicas, à proliferação de bactérias. Esses microrganismos podem ser prejudiciais à saúde humana, desencadeando alergias, irritações respiratórias e, em casos mais graves, contribuindo para o desenvolvimento de doenças respiratórias.
Por outro lado, a baixa umidade relativa do ar (abaixo de 30%) pode ressecar as mucosas das vias respiratórias, aumentando o risco de infecções e causando irritação nos olhos, pele e garganta.
Diante disso, fica claro que manter a umidade e a qualidade do ar dentro dos níveis recomendados é fundamental para garantir o conforto térmico e o bem-estar em ambientes fechados. Isso é especialmente importante em locais de trabalho, onde a qualidade do ar adequada contribui para o aumento da produtividade, ao mesmo tempo em que minimiza a fadiga e o desconforto físico.
Por essa razão, a preocupação com o controle da umidade e a qualidade do ar interno (QAI) deve ser uma prioridade desde a fase de projeto. Um design adequado do sistema de condicionamento de ar, que integre ventilação eficiente, filtração adequada e controle de umidade, assegura ambientes internos saudáveis e confortáveis, além de facilitar a manutenção dessas condições ao longo do ciclo de vida do edifício. Garantir que o edifício esteja devidamente vedado contra infiltrações complementa essas medidas, promovendo a saúde dos ocupantes e contribuindo para maior produtividade e bem-estar.
Conclusão
A qualidade do ar interno desempenha um papel fundamental na saúde, segurança e produtividade dos funcionários de escritório. Uma QAI inadequada pode levar à redução da função cognitiva, aumento do absenteísmo e problemas de saúde a longo prazo. Ao priorizar a manutenção adequada do HVAC, utilizar sensores de qualidade do ar e gerenciar a umidade interna, os empregadores podem criar um ambiente de trabalho mais saudável, que não só protege os funcionários, mas também melhora seu desempenho. À medida que as pesquisas continuam a esclarecer as ligações entre a qualidade do ar e a produtividade dos funcionários, manter uma QAI ideal deve ser uma parte central das estratégias de saúde no local de trabalho daqui para frente.
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Referências:
Harvard T.H. Chan School of Public Health, Office air quality may affect employees’ cognition and productivity
Joshi, S.M. (2008). The Sick Building Syndrome, Indian Journal of Occupational and Environmental Medicine
Abu Mansor, A., et al. (2023). Indoor air quality and sick building syndrome symptoms in administrative office at public university, BMC Public Health.
ABNT NBR 17037:2023 - Qualidade do ar interior em ambientes não residenciais climatizados artificialmente - Padrões referenciais
Daikin Blog, Why better air makes better work and health
Marsh, J., How poor QAI impacts employee safety and productivity, ISHN.
Autor:
Eng. Daniel Cabral
Graduado em Engenharia Mecânica e Mestre em Engenharia e Ciência de Materiais na UFCE, Pós-graduado em Engenharia de Climatização e com MBA em Gerenciamento de Projetos. Concluiu o curso Avançado de Extensão em Engenharia do Ar Condicionado do SINDRATAR-RJ.
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